sexta-feira, 11 de março de 2011

O desenvolvimento da modelagem no design do vestuário. Um pouco de História da Moda.

As primeiras vestes tinham a necessidade de proteger o corpo, constituíam-se de peles
adquiridas pela atividade da caça. A princípio, simplesmente jogadas sobre o corpo, com pêlos,
mais tarde com a descoberta da técnica de curtimento e das agulhas de osso, surgem às primeiras
manifestações de modelagem, pois segundo Laver ( 1996 ), essas descobertas permitiram que as
peles fossem cortadas e moldadas no corpo, tornando possível costurá-las. Num segundo
momento histórico, quando se inicia a manufatura de tecidos, outro tipo de vestimenta surge, os
retângulos (ou quadrados) de tecidos que eram enrolados em volta da cintura e sobre os ombros,
presos com fíbulas (broche), marca do vestuário das antigas civilizações oriental e clássica.
Nesse contexto, Rigueral ( 2002) afirma, ”que é nesse período, com as civilizações mais
evoluídas, que vai surgindo aos poucos, através da modelagem, a estética da roupa como forma
de expressão visual”.
As roupas adquirem um caráter mais pessoal, com cortes mais ajustados e variações mais
freqüentes a partir do século XIV.
No século XVI, período áureo do renascimento, Fontes (2005), afirma que com o aumento
das fábricas de tecidos houve grande avanço na arte da alfaiataria com relação à modelagem das
roupas. É neste momento que surge o conceito de “moda” e aumentam as exigências por novas
técnicas de modelagem procurando garantir a qualidade do vestuário. O mesmo autor, diz ainda,
que apesar da simplicidade dos instrumentos de trabalho que se resumiam em tesoura, régua e
compasso, os alfaiates tinham que possuir conhecimentos de geometria, aritmética e proporções
do corpo humano, para exercer a arte de modelar as peças do vestuário.


O primeiro livro publicado sobre técnicas de modelagem, foi na Espanha em 1589, intitulado
“ Livro de Geometria y Traça” de Juan de Acelga. ( FONTES,2005)
Na busca de conhecimento mais exato das medidas básicas do corpo humano, os alfaiates
lançaram as bases da antropométrica. Segundo Fontes(2005), foi Guglielmo Compaing quem
estabeleceu as primeiras Tabelas de Medidas e o principio do Escalado. A sua obra “A arte da
Alfaiataria”, 1830, revolucionou as técnicas de modelagem em toda a Europa.
Dois grandes inventos, contribuíram para o desenvolvimento da modelagem, a fita métrica (
1847) e o busto manequim ( 1849), ambos por Alex Lavigne.

olucionou com sua forma de trabalho personalizado e se impôs com uma profissão antes
relegada ao anonimato. Worth trabalhava com a técnica do “moulage” ( modelagem na forma
animada/corpo humano ou não ), valorizando as formas e a estética do corpo.
Já no século XX, mas precisamente no período do imediato pós-guerra, nos Estados
Unidos, surge um novo conceito de produção do vestuário, o read to wear ( pronto para vestir )
para posteriormente a alta costura francesa codificar e internacionalizar como prêt-à-porter.
Na década de 1940, começou a haver necessidade de medidas antropométricas cada vez mais
detalhadas e confiáveis, provocada pela necessidade de produção em massa e com o crescente
volume do comércio internacional. William Sheldon (1940), fez um minucioso estudo com 4.000
estudantes norte-americanos e definiu três tipos básicos: endomorfo ( formas arredondadas, com
características de uma pêra), mesomorfo ( tipo musculoso de formas angulosas) e ectomorfo
(corpo e membros longos e finos). Observou também influências, comportamentais, de sexo,
idade e etnia. ( LIDA,[19- ]). Diferentes biótipos estão entre os tipos de problemas enfrentados
pela indústria de confecção, principalmente as que produzem roupas para exportação, pois não
basta alterar as dimensões, mas as proporções das peças, dependendo do mercado a que se
destina. Surgiu então, a necessidade de uma padronização nas tabelas de medidas para atender as
necessidades do profissional de modelagem.

Em 1968, na Suécia, aconteceu a primeira abordagem oficial da ISO (International
Standardization Organization) sobre o assunto da graduação dos tamanhos e o resultado
demonstrou que as padronizações deveriam ser feitas por País, devido à grande diversidade
antropométrica encontrada. No Brasil, o trabalho do Comitê Brasileiro de Têxteis da Associação
Brasileira de Normas Técnicas nesta área teve inicio em 1981, no entanto, esta padronização
tornou-se norma NBR 13377- Medidas do corpo humano para o vestuário- Padrões referenciais,
aprovada em maio de 1995, após várias reuniões, na Associação Brasileira da Indústria do
Vestuário, ABRAVEST.
Outra necessidade surge na concepção do vestuário, a introdução das propriedades
ergonômicas. A modelagem deve oferecer conforto fisiológico. De acordo com Grave(2004,
) “ dentro da visão ergonômica, a modelagem deve atender particularidades que
desempenham melhorias à qualidade de vida do indivíduo, junto à aplicações gerais. Respeitando
diferenças entre verticalidade, horizontalidade, tridimensionalidade (corpo) e fibras.” E diz mais,
“o corpo, com os planos cruzados pela horizontalidade da bacia pélvica (ou cintura pélvica) e
verticalidade (sacro), forma um ponto antigravitacional e equilibra-se sobre os dois pés,
sustentando toda uma ação”.
Como podemos observar, a modelagem se utiliza da tabela de medidas, da antropometria, da
ergonomia e da matemática, com o auxilio dos conhecimentos da geometria e cálculos para o
desempenho nos traçados dos moldes.

Um comentário:

  1. e euuu não sabendo desse seu blog incrível?? como assim?? A-MEI Carlos - e já tô aprendendo um monte aquii! ;)) só você mesmo, meu guru fashion! :))
    posso depois colocar lá no blog?? para recomendar para as leitoras?? vc fez tanta propaganda de mim... agora quero fazer tambéém! ;)
    beijocas querido!

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